Secretário de Governo em Mauá, Leandro Dias faz avaliação da gestão municipal e projeta futuro da cidade

Por Portal Opinião Pública 12/12/2024 - 10:22 hs
Foto: Jornal Opinião Pública
Secretário de Governo em Mauá, Leandro Dias faz avaliação da gestão municipal e projeta futuro da cidade
Leandro Dias está focado em trabalho para fechamento do ano

Uma das principais lideranças do PT (Partido dos Trabalhadores) e da política mauaense na atualidade, o secretário de Governo em Mauá, Leandro Dias, foi um personagem de muito destaque dentro da administração municipal ao longo dos últimos quatro anos. Um dos braços direitos do prefeito Marcelo Oliveira (PT), ele teve um papel importante ao ajudar na reorganização da cidade, tanto para garantir sua estabilização financeira quanto para avançar no planejamento de ações que pudessem alavancar o desenvolvimento mauaense. Além disso, Dias foi um dos coordenadores da campanha de Oliveira no pleito municipal deste ano, que garantiu a renovação de seu mandato para mais um quadriênio.

Com o término do primeiro mandato da atual gestão, Dias recebeu o Jornal Opinião Pública para fazer uma avaliação de todo o trabalho do governo entre 2021 e 2024 e para falar sobre as perspectivas de futuro, tanto da cidade quanto de seus próximos passos. 

Jornal Opinião Pública – Leandro, qual avaliação que você faz deste período de quatro anos frente à Secretaria de Governo e de como você contribuiu com a gestão do Marcelo?  

Leandro Dias – O saldo aqui na Secretaria de Governo nestes quatro anos foi positivo. O papel do secretário de governo é amplo. Primeiro porque ele faz o papel de gerenciamento da gestão, junto ao prefeito e junto aos secretários. Mas vai além disso. Por exemplo, no primeiro ano ajudamos a montar a base de sustentação da Câmara de Mauá para o prefeito e ela permanece até hoje. E graças a isso conseguimos garantir, ao longo dos anos, além de uma boa relação com a Câmara, a aprovação de projetos importantes para a cidade. Mas o meu foco principal sempre foi aqui no governo e na gestão tivemos um trabalho bem positivo em termos de realizações. Do ponto de vista da infraestrutura, muitas obras estão acontecendo; do ponto de vista social, muitos programas foram retomados e criados; do ponto de vista da gestão, encontramos uma cidade endividada, com equipamentos sucateados, com a máquina paralisada e conseguimos ajustar tudo isso tanto orçamentariamente quanto financeiramente, equilibrar as contas e fazer com que a cidade seja hoje um lugar bem melhor para se viver do que quando nós encontramos em 2021. E graças a isso, o Marcelo foi reeleito. Então, o saldo do trabalho foi intenso. Tanto eu quanto o prefeito temos essa característica de trabalhar bastante e nos dedicamos muito para que Mauá se torne um lugar melhor. Eu poderia elencar várias situações, várias obras e programas sociais que, graças ao empenho desta equipe, conseguimos montar ao longo dos anos. O trabalho do prefeito foi bem-sucedido e, portanto, o da Secretaria de Governo também foi. 

JOP – Estando dentro do governo nestes quatro anos, quais foram as principais dificuldades que vocês enfrentaram para implantar novos projetos na cidade, ao mesmo tempo em que era necessário estabilizar a situação financeira de Mauá?  

LD - A principal e maior dificuldade foi justamente a questão financeira. Nós encontramos uma cidade com R$ 165 milhões de dívida, em uma realidade que Mauá já tem na sua própria vivência. A nossa renda per capita é a segunda menor do Grande ABC, é uma cidade com muitas demandas e poucos recursos, ou seja, o nosso orçamento é baixo. É como dizem, o cobertor é curto. Temos consciência disso, mas para agravar essa situação, que por si só já exige do prefeito muita seriedade, muito foco e muito trabalho, encontramos uma dívida muitíssimo alta. Por exemplo, nós estávamos perdendo mais de R$ 100 milhões em emendas de recursos externos porque a gestão anterior não prestava contas, não acompanhava prazos. Então o principal desafio foi colocar a casa em ordem, trocar todos os secretários de uma forma organizada para que cada um tivesse noção de seu papel, pudesse desempenhar a contento o planejamento e então buscar recursos e utilizá-los da melhor forma, financeiramente falando. Dessa forma, conseguimos dar andamento aos projetos.

O maior desafio foi esse, mas não foi só isso. Nós encontramos também uma cultura política equivocada, na qual a gestão anterior queria mostrar que não havia a necessidade de planejamento, bastava ir às ruas bater nas costas das pessoas. Então nós tínhamos que mostrar à população que fazer gestão não era isso, que fazer gestão era ter seriedade e compromisso. 

JOP – Além da questão financeira que vocês conseguiram estabilizar durante o mandato, dentro do planejamento de todo o governo ao longo destes quatro anos, o que você destaca de mais positivo para a cidade? 

LD - Eu destaco a retomada do crescimento da autoestima da população. Mauá vive hoje um canteiro de obras como não vivia há muito tempo. São obras em todos os setores, na área da saúde, no esporte, na educação, na área da formação profissional, no entretenimento, na mobilidade urbana, em todas as áreas importantes da cidade há um crescimento muito grande. Para você ter ideia, no recapeamento asfáltico, fizemos um número muito alto de vias públicas, como jamais foi visto. Então, acho que as grandes marcas da gestão são o compromisso com a questão financeira, a busca por soluções externas de recurso, e com isso conseguimos garantir o atendimento das pessoas mais vulneráveis, seja através de equipamentos como novas escolas, vamos construir UBSs (Unidades Básicas de Saúde), vamos construir UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), mas também retomamos (vários serviços). Por exemplo, reabrimos o Restaurante Popular que, quando foi fechado pela gestão anterior, cobrava R$ 2 (cada refeição). Mantivemos ele aberto durante esse período todo, voltamos a cobrar R$ 1 e criamos, através de uma ideia do prefeito Marcelo Oliveira, o Restaurante Popular Móvel, que vai até os bairros levando marmita para as pessoas mais vulneráveis. Então, acredito que essa gestão tem um caráter desenvolvimentista de infraestrutura, mas com um olhar muito especial aos mais vulneráveis, que é a principal necessidade da cidade. 

JOP – Em sua primeira resposta você citou conversas com a Câmara Municipal. Essa interlocução externa foi muito complicada durante esses anos, no sentido de que todos pudessem seguir o mesmo rumo em prol do crescimento de Mauá, ou foi algo tranquilo?  

LD - Não foi complicado não. Os vereadores são realmente muito comprometidos com a cidade e foi uma relação muito positiva. Entendemos a importância de separar os poderes Legislativo e Executivo, então não há nenhuma situação de interferência. Há sim uma boa convivência. E com relação aos vereadores, quando perceberam que essa gestão tinha um compromisso com a cidade, que era uma gestão realmente séria e que manteria nesses quatro anos o foco no trabalho, o alinhamento com eles foi automático e muito positivo. Eu até compreendo que um vereador venha a ter, às vezes, uma cisma de acompanhar o governo, por não saber o que ele vai, se será um governo que terá um olhar correto para a população. Mas quando perceberam que esse olhar estava correto, a relação foi muito tranquila, tanto que o Marcelo mantém ao longo dos quatro anos uma base bem sólida, que contribui muito para o desenvolvimento da cidade.  

JOP – Com relação a suas perspectivas para 2025, o Marcelo garantiu a reeleição e terá mais quatro anos de mandato. Vocês já discutiram o planejamento do governo para o próximo ano em relação aos projetos que estão em andamento e outros que possam surgir, a investimentos e obras? 

LD - Mauá vai permanecer no rumo certo. A cidade hoje tem um caminho de desenvolvimento bem trilhado, muitas obras estão acontecendo e elas vão continuar acontecendo. Nós temos uma perspectiva de ter mais obras nos próximos anos do que aquelas que nós realizamos, e olha que Mauá já realizou bastante coisa nos últimos quatro anos. 

Poderia dizer para você que a perspectiva é muito positiva também, porque virão novidades muito importantes para a cidade, como o Novo Terminal Central, o Terminal do Itapark, vamos ter uma intervenção urbanística com (a construção de) um viaduto na entrada do Jardim Zaíra, obras de drenagem na cidade, vamos construir várias escolas, UBSs, a nova policlínica, que será uma grande intervenção do ponto de vista da saúde e do atendimento à população. O que eu vejo para o futuro de Mauá é um governo que será tão realizador ou mais do que nessa primeira etapa. O Marcelo foi reeleito pelo reconhecimento da população e tenho certeza que ele vai fazer jus a esse reconhecimento com o esforço que ele sempre cobrou do secretariado e de sua equipe, e ele vai continuar fazendo um bom mandato.   

JOP - E no seu caso específico, você continua na Secretaria de Governo ou ainda haverá discussões sobre uma mudança de pasta?  

LD -  Ainda vamos dialogar. Sou um soldado e estou à disposição do prefeito para a tarefa que me for incumbida, farei com a mesma dedicação que tive aqui nos últimos quatro anos. Aonde eu estiver, pode ter certeza que a cidade vai ganhar com trabalho. (...) Ou seja, já estamos trabalhando para a próxima gestão. Enquanto estamos cuidando desta, já estamos olhando lá na frente. Eu me dediquei muito nestas últimas semanas e essas questões (futuro) eu estou deixando para conversar com o prefeito nos próximos dias.  

JOP - Em relação às próximas eleições, como uma liderança importante na cidade e sendo filho de Oswaldo Dias, que é um quadro histórico do PT, que foi um dos principais prefeitos que Mauá já teve e alguém quem você aprendeu bastante, considera a possibilidade de se candidatar a algum cargo? 

LD - O PT é um partido que forma quadros de maneira permanente e que tem sempre bons quadros. Aprendi, ao longo da vida, algo que meu pai sempre falou: precisamos estar preparados para qualquer tarefa. Nessa lógica, estarei à disposição do partido no momento em que for oportuno e trabalhar para que a cidade continue melhorando, que o partido se fortaleça e que tenhamos sucesso nos próximos pleitos graças ao trabalho que realizarmos. Então, nesse sentido, posso dizer que a disponibilidade existe, mas está longe de termos essas discussões. Primeiro vamos fechar esse mandato, assumir o próximo e daí lá na frente essas questões.